sábado, 30 de março de 2013

Prova do fogo parte II



É eu bem que tentei, mesmo com febrão, mas São Pedro não colaborou mesmo. Tá chovendo desde ontem sem parar e nosso encontro foi por água abaixo literalmente.

Todo mundo cancelou, claro, mas daí tive que tirar minha ultima cartada da manga, então vamos ao facebook bater um papo sobre educação e se o teor da prova era modificar algo tenho certeza que aconteceu internamente porque o papo foi bom.

Lancei um texto do Tião Rocha do CPCD pra todos refletirem, e o texto fala assim:

"A primeira questão que se apresenta para qualquer pessoa que deseja ser um
educador é: "a quem queremos servir com o nosso trabalho?"
As diversas possibilidades de respostas a esta pergunta, nos permite
caracterizar os tipos de educadores possíveis:

1º - Educador Tarefeiro:
- É aquele que serve ao sistema político dominante, cumprindo as tarefas que
lhe são determinadas. Cumpre o programa pré-estabelecido, a metodologia pré-definida,aplica técnicas e atividades pré-concebidas.
Este educador vive a ilusão de estar mudando quando na realidade ele é um
agente de preservação da dominação e, em geral, um elemento dificultador da
democracia participante dos educandos no seu próprio processo de educação.

2º - Educador Pelego:
- É aquele que diz não servir ao sistema dominante, mas serve aos interesses
de seu grupo e de sua classe. Este educador busca o poder para sua corporação.
Sua prática se caracteriza pelo simples reformismo, enquanto seu discurso é de
contestação da pedagogia oficial. Sua postura no final das contas é a da
substituição do discurso oficial pelo aparente discurso da transformação.
O educador pelego vive a ilusão de ser o transformador e guia da educação,
quando, na realidade, ele luta pela alternância do poder, fazendo de seu trabalho
uma ação pedagógica fisiológica e interesseira. Ele, por fim, pode se diferenciar
enquanto pelego assumido ou manipulado.

3º - Educador Egoísta::
- É aquele que só pensa em si mesmo, só trabalha para si mesmo. É um
equívoco chamá-lo de educador, pois ele não consegue nesta prática
eminentemente social e política ver mais do que a si mesmo. Qualquer disciplina,
conteúdo, metodologia e atividade pedagógica pouco importa, pois tudo é usado
para alimentar o próprio ego. Este é o oportunista de plantão, "educador" de mão
única e hora marcada.

4º - Educador Popular::
- É aquele que dá à Educação o caráter político, social e cultural de que ela
se reveste e faz de seu trabalho um processo de militância e comprometimento, não
com o sistema dominante ("tarefeiro"), não com os grupos hegemônicos ("pelego"),
não consigo mesmo ("egoísta"), mas com a prática da democracia substantiva e
radical.
O educador popular é um agente-meio de educação do povo, a partir da
visão de mundo, dos saberes e fazeres do povo, das suas perspectivas e "utopias"
(entendidas não como sonhos impossíveis, mas como a busca do não-tópico, do
não realizado ainda).
Este educador faz com que o grupo de educandos (do qual é parte) crie o seu
próprio ritmo de apropriação do conhecimento e construa sua pedagogia.
À guisa de exemplo, outra pequena reflexão: "Ilusão X Utopia", ou como
descobrir a resposta para a pergunta: -"O que é necessário para ensinar latim a
João?"
- A resposta é: . . .

É uma grande ilusão pensar que, aprendendo os códigos de comunicação
das classes dominadoras e das elites, as camadas populares estarão se preparando
para a reversão do quadro de exclusão em que se encontram. Isto só aconteceria se
as classes dominantes e elites se mantivessem estáticas e as classes populares em
grande desenvolvimento. Mera ilusão é julgarmos que será através da apropriação
da linguagem "culta" que as comunidades populares conseguirão transformar o
mundo em que vivem e as condições a que estão submetidas.
Outra ilusão é considerarmos que apenas com o nosso discurso "progressista
e de esquerda", mas não praticado e não comprometido junto às camadas
populares, iremos instrumentalizá-las para a transformação histórico-social de que
necessitam.
Não será pelo enunciado de nossos objetivos como por exemplo a "melhoria
da qualidade de vida da comunidade" que o nosso projeto irá se realizar. Não será
pelo repasse do nosso modelo de vida (e que "vida!") que iremos transformar a vida
das comunidades populares.
O povo fará as transformações por si e no momento em que, com nossa
militância e cumplicidade, numa prática educativa plural, superar a ideologia do
auto-desprezo, resgatar a sua auto-estima, apropriar-se de seus próprios saberes e
fazeres, e assumir criticamente a sua linguagem e consciência, hoje em estado
latente, sufocada e oprimida, determinando o novo curso da História.
"Ler a nossa realidade e escrever a nossa história", eis o lema, diretriz
e "slogan" que elegemos como premissa conceitual das propostas, dos projetos e
das utopias dos educadores populares e agentes culturais e comunitários.

Sebastião Rocha.(presidente do CPCD)"



Foi muito legal porque muita gente participou, gente até que eu não conhecia foi se chegando pra conversa e no final até o próprio Tião Rocha apareceu. O pessoal que não conhecia o trabalho do Tião ficou encantado com ele e daí já combinamos milhões de ações depois daquela conversa.
Bom foi o que deu nas circunstancias que foram, e sinceramente acho que valeu, saímos de lá bem transformados e mais esclarecidos, foi como se estivéssemos combinado uma palestra. Conheci gente nova, novos conceitos, a rede se ampliou e vislumbro muitas ações legais pela frente e vários multiplicadores assim como várias reflexões.

Quem quiser conferir o papo foi aberto:


https://www.facebook.com/brijha.gibson/posts/10200912442755045?comment_id=6354685&offset=0&total_comments=47&notif_t=feed_comment

e
https://www.facebook.com/amanda.vitoria.752/posts/223157611160006?comment_id=879952







quarta-feira, 27 de março de 2013

#ProvaDoFogo


O nome foi bem apropriado porque eu estou em "chamas".Tudo o que eu não esperava era cair doente, mas enfim são coisas da vida e como eu digo, só deixo de fazer algo quando nem minha alma existir e como o espírito é eterno...

A prova do fogo nos diz que não se precisa ir muito longe para mudar o mundo, então escolhi como ponto de partida a própria Casa Eware, onde trabalho, que é um ponto de cultura e sustentabilidade na perifeira de Belém e que tá uma bagunça, muito feia mesmo!. Como se diz na permacultura "a zona 0 somos nós mesmos". Pensei em adiar a ação, pensei em fazer algo virtual pro povo não pegar virose, queria fazer outras coisas diante de tantos olhares que tenho pro meu bairro, mas vem feriado pela frente, a galera vai sair, é amanhã ou nunca.

I wil survive!!!
 hey hey



O LOCAL
A Casa Eware é um espaço educacional, cultural, socioambiental e filosófico  que visa resgatar valores clássicos da humanidade para aplica-los no cotidiano e a estética é um valor que denota carinho com aquilo que se produz, é a beleza da obra.

A Casa Fica nesta marca A da alameda Vinte e hum
A OBRA

Então chamei entre amigos, vizinhos e alunos pra ajudar nesta empreitada na casa, até porque queremos ainda deixar espaço para novos artistas deixarem suas marcas na casa. A casa é um organismo vivo e por isso nunca estará completo, se modifica a cada ser que a ela contribui, se envolve. É um mutirão mesmo em prol dos que já frequentam e dos que virão à desfrutar da Casa.Quero promover o nascimento de novas artes assim como artistas. Tudo precisa de boa vontade e um outro olhar, um olhar mais sensível. É tudo uma questão de disponibilidade, de querer, e dizemos sim pra fazer deste espaço um espaço mais bonito e acolhedor.
Portanto teremos cada coisa em seu lugar, espero dar uma revitalizada no espaço com expressões artísticas rolando !

Bom, como eu to "bixada" de virose e não posso ficar muito perto, vou  tirar as fotos  Serviremos um lanche no final e tenho certeza que a galera vai curtir.

Aguardem!

sexta-feira, 22 de março de 2013

#ProvaDoAr


"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade".


(Paulo Freire)



Já conheci muita gente boa nessa estrada e to achando um barato, querendo mais ainda conhecer gente do bem, gente de atitude.
Mais uma vez eu partindo para novas descobertas e percebendo que o afeto faz toda diferença nesta jornada. 
Minha estratégia foi o carinho, a afetividade e a honestidade, pois são pessoas nesta lida de pensamento que quero agregar, não desmerecendo as demais e sei que cada um tem algo a mais pra somar do jeito que é.
Estou de coração aberto pra todo aquele que quiser colocar realmente a mão na massa em prol de um mundo melhor!

#ProvaDaTerra

Bom eu creio que quando a comunidade de catadores aqui da minha cidade, me indicou pra esta matéria, confiava no meu trabalho.

A casa ainda tava um pouco desorganizada porque passamos pela avalanche de uma arvore do vizinho cair no quintal e quebrar tudo, assim como um "pedreiro" sem escrúpulos.
Mas somos arvores do Eware, que envergam e resistem!


#PROVADAÁGUA

·        Procuro Inovar nas atitudes


Dizem que índio quando se pinta quer guerra neh? Mas eu mesma só quero paz, e quem quer paz não faz guerra com ninguém.
Depois de ter escutado, dançado, cantado e homenageado varias etnias e comunidades na oficina que fui ministrar na Ilha do Marajó, hoje acordei mais ligada as raízes e por isso comecei além de inovar em minha visão de mundo diferente, resolvi mudar o visú e fui trabalhar toda Maranauense. Interessante o que duas penas na cabeça podem fazer em sua alma no seu sentir. Depois deste encontro, mais do que nunca, tenho muito orgulho da minha gente e vejo que nossa mistura nos faz mais fortes porque onde um é menos vem a outra qualidade que o torna mais. Me lembrou aquela música do Roberto Carlos:

Se as flores se misturam pelo campo, é que flores diferentes vivem juntas...”



·        Tenho meus valores, crenças, mas estou aberto para o desconhecido

Participei de uma oficina de Cantigas de ninar indígenas com Puyr Tembé e eu que pensei que ia só escutar musiquinhas infantis saí de lá transformada. Porque muito além das musicas, ela nos falou sobre os problemas que nossos índios que estão somente às 4hs da minha cidade passam, de suas terras ocupadas em 70% por fazendeiros e outros, das doenças, das lutas ambientais e tantas coisas que nem perpassavam pela minha cabeça. Mas também falou do sistema “escolar” indígena atual, como eles aprendem, suas festas, sua cultura, falou das índias que não se parecem com o estereotipo indígena que nos conhecemos pois estão na região sudeste e devido a colonização elas são louras, de olhos claros, mais são índias...do porque algumas etnias são tão ricas e outras miseráveis e conseguiu me mostrar que não é pelo fato de serem índios que terem que viver no atraso, merecem sim o acesso a tudo que temos, mas com a diferença de nunca esquecerem quem são, pois este pensamento é um ranço colonialista. E desconfiada de tudo e de todos como eu, conseguimos nos aproximar e foi aí que eu perguntei o que podíamos fazer além de continuar cantando e dançando esta linda cultura, o que poderíamos fazer pra ajudá-los no momento. Ela me disse que além de contarmos a história como ela realmente é, se podíamos, pela passagem do dia do índio, onde eles sempre comemoram, mas com jogos indígenas, onde gostariam de levar presente as crianças da aldeia como premio nos jogos, como roupas, brinquedos e livros de outras culturas mesmo, pra eles conhecerem, se poderia estar levantando isso doando e participando da festa com eles.
Fiquei lisonjeada.




·        Posso articular redes sociais e mobilizar pessoas para uma causa

Foi daí que nasceu o segundo ponto, falei com a minha amicíssima, professora Salime Khaled da escola CEAI e que mui generosamente topou de cara a campanha e me pediu somente pra que eu fizesse um cartaz de divulgação. Eu montei o cartaz, falei do ponto de entrega e joguei na rede social em diversos locais pra que possamos estar dando essa força pra festa dos Tembé Tenehara. Não sei se conseguirei levar tudo pras 80 crianças, este será meu novo desafio, mas quem foi que falou que eu não gosto de desafios???

“Obstáculos e dificuldades fazem parte da vida. E a vida é a arte de superá-los.”
(Mestre DeRose)



Conhecendo um pouquinho melhor

 Acredito na transformação do mundo de forma concreta **

** - tenho parte desta qualidade, por que.....

Muitas vezes compreender as ciladas impostas por um sistema sínico e entranhado desde antes de nascermos, me faz esmorecer, pois a violência que está dentro das pessoas se sobressai e me assusta. E não somente a violência física concreta que estou cansada de ver nas mídias e no dia a dia com os animais, o pouco caso, mas a apatia diante dos fatos, das injustiças e das coisas simples como quando alguém acha que tem o direito, que é legítimo, de beber água engarrafada porque pagou, mas não se dá ao trabalho de descartar essa garrafa no local adequado vindo depois as chuvas, entupindo os bueiros , fazendo tudo transbordar, outras pessoas adoecerem, e depois ficar reclamando que a culpa é do governo, tenha dó! Eu só acredito em atitudes e ao longo dessa minha caminhada conheci sim muita gente boa que faz a diferença fazendo as coisas certas não porque acham que isso irá mudar o mundo, mas porque elas se recusam, como eu, a serem mudadas pelo mundo.




2. Consigo equilibrar sonhos + emoções, vontades e ações**

*** - tenho parte desta qualidade, por que.....

Primeiro é preciso entender o que é cada um.
Sonho: Ação ou efeito de desejar; de querer;  Uma manifestação, um desejo da alma.
Emoção: s.f. Abalo moral ou afetivo;
Vontade: s.f Nome dado à capacidade de uma pessoa agir com intencionalidade definida. 
Ações: s.f. O que resulta do fato de agir; tudo aquilo que se faz: praticar 

O Sonho
Meu primeiro sonho que me lembro de ter tido foi o de conhecer o Egito, não sei por que cargas dáguas eu encasquetei com isso depois de minha prima vir me contar que uma avó de um amigo dela iria a terra dos faraós, na verdade eu nem sabia na época o que significava faraó, mas achei uma palavra muito bonita e foi isso que me levou a pesquisar. Viajei por entre livros de história do Egito e cheguei a locais que nem podia imaginar e dessa imaginação e identificação nasceu primeiro o sonho de conhecer Queops, Quefrém e Miquerinos, mas com 12 anos na década de 80 não era nada fácil chegar lá.

A emoção
Então foi quando eu cheguei com minha mãe e disse, em meio a uma conversa sobre os sonhos delas sobre meus 15 anos que eu não queria nada, pra desespero dela, somente, se ela me pudesse proporcionar uma viagem ao Egito (só isso?!...rs)...o tempo passou, passou e nada dela se manifestar até que um belo dia, no ano dos meus 15 ela me chamou pra conversar e disse (eu com o coração quase pra ter um troço de feliz), que eles não poderiam me dar a tão sonhada viagem que eu queria. Pensem num banho de cacos de ice Berg foi como ficou meu universo. Eu que já estava mais PhD em Egito. Fiquei muito triste, caí no choro por um bom tempo, mas me resignei, pois eu tinha que encontrar uma forma de chegar lá.

À vontade
Enfim, depois do chororô eu resolvi ir atrás do meu sonho e fui abrir o jornal pra poder procurar emprego pra arrumar grana pra poder viajar e assim o fiz, foram não sei quantas entrevistas, babá,faxina,  recepcionista de funerária...e no final não tinha nem a  metade do que precisava, mas como a vida conspira a seu favor quando você corre atrás dos seus sonhos, não sei o que foi que aconteceu, mas quando chegou em junho, minha mãe chega comigo com a grata surpresa de que haviam conseguido a grana pra dar o presente que eu havia pedido, a viagem, e melhor ainda íamos levar uma outra tia junto. Não sei como foi que eles fizeram isso, mas acho que a vida me testou nesta hora pra saber qual seria o meu empenho de pelo menos ir atrás dos meus sonhos e não deixar simplesmente na mão de outrem, até porque eu ia ficar trabalhando até ter todo o dinheiro que precisasse para viajar.

Ações
Eu ainda me lembro, como se fosse hoje, o exato momento em que eu estava dentro do ônibus a caminho de Gizé, conversando com uma amiga que tinha feito em viagem, Cecília, que morava em ES. Estávamos ansiosas,pois as duas realizariam o mesmo sonho e foi conversando distraidamente que de repente eu vi a ponta da pirâmide de Queops e foi aí que minha voz faltou. Eu não sabia se eu chorava, se eu ria, era uma mistura de euforia, com sensação de dever comprido e volta a um lugar que me era tão familiar, que eu ria e chorava ao mesmo tempo. Quando saí do ônibus, não deu outra, fiz que nem o papa e beijei o chão que pisava.

Depois de tudo isso hoje eu reflito que esta aventura só foi um pretexto pra que eu conhecesse minhas competências e claro que a generosidade de meus pais também e fiquei depois disso num vácuo, de alguém que não tinha mais o que sonhar, porque como diz o poeta, a felicidade não é um destino e sim o caminho.

Mas só pra vocês saberem minha mãe me enganou, fiquei sabendo depois, ela queria mesmo era fazer uma festa pra mim e por isso disse que não iríamos viajar, mas ela nem imagina o presente que me deu fora a viagem sem saber! rsrs....depois deste episódio ainda voltei lá e hoje sei que quando a gente abre uma porta e se estar porta é do bem, ela não se fecha nunca, só alarga.





3. Posso articular redes sociais e mobilizar pessoas para uma causa

** - tenho parte desta qualidade, por que.....

Sempre que lanço um evento ou visto a camisa de alguma causa que eu considero justa, as redes sociais são logo o meu alvo de comunicação. E consigo deixar o povo atento de forma massiva e viral, mas fico chateada porque apesar de todo rebuliço sempre aparece a turma empolgada pra revolucionar o mundo e na hora de colocar a mão na massa debanda. É assim mesmo, já tentei fazer varias ações que deram certo e outras que o povo não apareceu, mas por um lado é bom, me fez praticar a aceitação e ver que o mundo está cheio de idealistas e poucos práticos.




4. Tenho capacidade de transformar sonhos em realidade
*** - tenho esta qualidade, porque...

Todas as vezes que tenho uma grande vontade e acredito piamente nela eu consigo.
A dois anos atrás eu quis fazer um aniversario diferente e resolvi que ia fazer uma ação social, ou melhor, duas no mesmo dia!
Fui a um colégio publico que tenho aqui no bairro fiz levantamento dos alunos, salas e com eles as palestras e oficinas que gostariam de ouvir. Resolvi fazer palestras porque pra mim conhecimento é o melhor presente que alguém possa dar a outrem. Então fui pra casa, montei as palestras, falei com os amigos e montei as equipes, pra tarde já fui a uma instituição que apóia portadoras de câncer de mama. Lá chamei outros amigos para fazer aplicação de fluidoterapia, massagem, fizemos um lanche com todos e o evento também foi um sucesso. No dia seguinte foi o dia dos cães, fomos passear com cães de um abrigo e levamos para uma praça com a roupinha ADOTE-ME, escrita neles. Foi linda, a intenção era justamente arrumarmos bons lares pra essas crianças peludas. 



Foram eventos maravilhosos onde conheci muita gente do bem e que tive a felicidade de ter participando. Tenho a total clareza que se não fosse o apoio e a disponibilidade dos amigos este evento não se realizaria, mas se não tivesse primeiro nascido em mim este desejo de o fazê-lo, também nada teria acontecido. E até hoje estas crianças passam do meu lado pelo bairro me perguntando quando haverá outro evento igual, pra mim esta é a prova de que fez a diferença.


Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki


5. Sou uma pessoa criativa

*** - tenho esta qualidade, por que...

Meus amigos estão sempre me encarnando chamando de professora Pardal ou de hortifrutigranjeira (alguém que faz varias coisas e ao mesmo tempo). Acho que é a permacultura entranhada em mim que me faz ver soluções em cada ameaça de problema ou oportunidades. Tinha um espaço vazio embaixo de uma prateleira pequena na cozinha que eu olhava, olhava e me agoniava pensando no que podia fazer para aproveita-lo, foi aí que me lembrei que estavamos sem espaço para os temperos e daí resolvi pegar os potes que sobraram das comidas das cachorrinhas e fazer deles meu espaço de temperos e ficou bem show de bola:




 O ultimo que inventei foi este porta-sapato pra entrada de casa pois faltava e eu fui buscar numa escada velha que jogaram na rua hehe


Aqui mais  algumas reutilizações que invente e faço:
Bolsinha e jacaré em pet pra trabalhar vertebrados na escola e colares de semente, bonecas de retalhos, incensários de retos de madeira

6. Procuro Inovar nas atitudes
** - tenho parte desta qualidade, por que...
Acredito que se desejo conhecer coisas novas preciso agir de forma nova, nada da mesmice do dia a dia, mas não é alguma coisa nova sem nexo, são coisas novas que tem significado. Uma nova atitude, um jeito novo de se vestir e expressar, um poema novo que aprendi, mas principalmente a forma de pensar e fico feliz por poder parar todo dia e fazer esta reflexão: o que foi que eu fiz de novo? No que eu posso melhorar? Sempre me lançando a novos desafios, afinal, acredito muito no que dizia Abraham Lincoln: 

O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.”

Assistindo o por do sol na orla deixando um pouco a internet  e o trabalho de lado

7. Tenho meus valores, crenças, mas estou aberto para o desconhecido
** - tenho parte desta qualidade, por que...

Tenho dificuldades em ficar dando ouvidos a quem eu julgo não ter nada a me dizer, principalmente pessoas que tem um perfil muito religioso-fundamentalista ou “viajante-espiritualista”. Não sou uma pessoa esotérica e só creio na fé raciocinada, então quando começam com muitas explicações “delirantes” e ilógicas, que não sejam provinda de mitologias que estas sim eu respeito todas, mas “explicações” contemporâneas querendo explicar o sexo dos anjos, enxertadas de preconceito, essas eu realmente tenho dificuldades de ficar pra ouvir.



Ouvir o desconhecido não me assusta, derrubei vários muros quando conheci a física quântica, a permacultura, a Terapia Comunitária, o Espiritismo e muitas outras coisas que estes conhecimentos me ajudaram na abertura de minha mente, então não costumo me surpreender com as coisa, costumo pratica-las pra verificação de procedência e isso eu aprendi muito lá atrás em minha vida quando eu peguei um livro Budista que meu pai tinha, a titulo de conhecimento na biblioteca dele no qual guardo até hoje e me norteia na vida, que diz assim:
“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.”




8. Procuro me comunicar, mesmo não sabendo falar outras línguas

** - tenho esta qualidade, por que...

Se tem algo que eu gosto é de conhecer gente nova e novos costumes, mas admito que a barreira da língua é algo que muito me atrapalha, mas se a pessoa tiver esta mesma disponibilidade eu vou, eu pergunto, eu faço mímica, eu como sopa de olhos, mas eu quero é ta lá saber como a pessoa vive, o que ela faz, fala, eu gosto dessa vivencia in loco que nos aproxima, inclui. Não suporto esses passeios de turismo que só te mostram ícones com uma distancia que vai além do tempo, acredito que o maior patrimônio cultural que um lugar possa ter é seus habitantes, com suas diversas histórias. Eu adoro uma história e onde tiver uma lá eu estarei indo muito mais do que ouvi-la, estarei indo para conhecê-la



9. Estou pronto para agir
*** - tenho esta qualidade, por que...

Como diz a musica “eu sou pau pra toda obra. Deus dá asas a minha cobra”
Se você marcar comigo eu vou, só não vou se morrer antes, mas ainda assim minha alma é capaz de ir sem meu corpo. É multidão, é roda de histórias... qualquer coisa que eu me engajar eu estarei lá. Tenho muito comprometimento, o que pra mim é uma virtude, mas uma virtude que me atrapalha pois infelizmente o mar do descompromisso é mais extenso e eu sofro muito por contar com as pessoas e chegar na hora elas dão pra trás. Não sou empolgada, quando digo que não vou também não tem conversa, mas se é pra ter atitude eu tenho principalmente em momentos de perigo. Lembro da vez que minha netinha York twiggy ficou presa na boca dos antigos rottweillers que tínhamos, eu não contei conversa, não matei a cachorrona porque eu também a amava (minha filha diz que passei pelo drama de Eva), mas me atraquei com ela até tirar a twiggy da boquinha apertada dela. Rolamos pra tudo o que foi lado e eu consegui amarrá-la no fio do ventilador, que foi a coisa mais próxima que achei para contê-la depois de horas lutando, mas consegui. Twigguinha ficou bem machucada e veio a falecer, pois tinha leucopenia, uma doença que acaba com o sistema imunológico do cão, e não sabíamos, acho que o maior desafio veio depois, continuar amando minha cachorra rott depois da morte da pequena twiggy, mas a saudade é que é difícil de superar a cada novo dia.





10. Quero compartilhar com os outros, o que aprendi

** - tenho parte desta qualidade, por que.....

Se eu sentir o menor traço de colonialismo nesta relação, ou em qualquer relação que eu tenha com o outro, aí a amizade acaba. Sou muito desconfiada. Coisas que só a antropologia cultural explicam!


Acho que pra isso eu sou meio índia, muito desconfiada porque já passei tanta rasteira...eu tenho desejo de partilhar as coisas com as pessoas desde que esses conhecimentos não sirvam pra alguém usar em usufruto próprio e se promover acima de algo que não lhe é legitimo. Então hoje eu tomo muito cuidado com quem se aproxima de mim porque não é pouca gente que me vem com aquela conversa fiada de que quer mudar o mundo e quando chega na hora só quer te sugar e não troca nada só suga e pior, que você faça todo o trabalho de graça, gente com condições, mas que apela pro seu bom senso e distorce todos os conceitos. Então eu tenho muita vontade de somar sim, mas só com quem faz disso troca, partilha. 

Colegas contadores de histórias das comunidades adjacentes que fiz na Ilha do  Marajó. Essa foi uma troca de saberes linda demais!